sábado, 19 de dezembro de 2009

Outro dia.

Sim, as pessoas complicam, as pessoas sofrem, as pessoas morrem todos os dias, e as pessoas decidem fazer algo - ou não.

As pessoas criam compartimentos onde suas decisões devem se encaixar, mas as pessoas frequentemente acham jeitos de decidir em um compartimento diferente. As pessoas vivem lá fora e morrem lá fora. As pessoas vivem aqui dentro e se asseguram aqui dentro. As pessoas assistem, e as pessoas experimentam. Só as pessoas é que não entendem que as pessoas são todas as mesmas. Ontem, hoje ou amanhã. Sempre as mesmas.

Os direitos humanos precisaram ser colocados no papel para as pessoas o reconhecerem. É assim que as pessoas são. A coisa mais óbvia é que não há nada óbvio o suficiente quando se trata do mundo lá fora...

Hoje assisti mais um filme sobre a obviedade da violência, da manipulação, dos interesses, do alheio. Mas também da vontade de se fazer alguma coisa. Algumas pessoas ainda falam para outras pessoas que as coisas estão erradas... só é preciso escolher qual delas se é. E se continua sendo...



Shake Hands with the Devil ("Apertando a mão do Diabo"), do Roy Dupuis, é baseado na auto-biografia do peacekeeper (um integrante de missão de manutenção da paz da ONU) Roméo Dallaire, que teve de ver o horror no Ruanda, em 1994, quando houve um genocídio. Os números variam, mas estima-se que 500.000 pessoas foram assassinadas em apenas algum meses, maioritariamente da etnia Tutsi. O histórico é longo, e nada pode ser simplificado nesse contexto, como em qualquer outro.

A colonização do Ruanda foi feita pela Bélgica. Uma das táticas usadas é a de dar privilégios a grupos étnicos minoritários, como os Tutsis, para que a população fique dividida e mais facilmente controlável.
Com a independência do Ruanda, em 1959, os Hutus, o outro grupo étnico, maioritário, rebelaram-se contra os Tutsis, expulsando-os do país.

Por volta de 1993, um grupo de Tutsis tentou voltar ao Ruanda, o que causou grande turbulência e uma guerra civil. Chegou-se a um Acordo de Paz, e foi então que a ONU enviou uma Missão de Manutenção da Paz ao país (UNAMIR). Em 1994, porém, com aumento das tensões, o governo Hutu e seu exército apoiaram e participaram do assassinato de tutsis e qualquer hutu que tentasse ajudá-los.

As Missões de Manutenção da Paz, como diz o nome, se limitam a assegurar que a paz, instável, seja fortalecida em um contexto pór-guerra/conflito. Por isso, verão ao longo do filme que o General Roméo Dallaire é constantemente ordenado que fique neutro, não tome lados. Negociar pela paz com ambos os lados, esse é o seu papel, já que os riscos de escalada do conflito são a todo momento calculados, sem se chegar a um resultado previsível. Por isso o filme se chama "Apertando a mão do diabo": ele sabe quem são os criminosos, mas não pode fazer nada quanto a isso.

Assistam o filme, vale a pena. Aviso: é triste, mas vale a pena tentar entender essas situações.

Um comentário:

  1. DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...



    "As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
    têm direito inalienável à Verdade, Memória,
    História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado



    No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.


    O CRIME DE LESA HUMANIDADE

    A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.


    A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS

    Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos


    A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO

    A Ação Civil Pública inicialmente foi distribuída para o MM. Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal na cidade de Juazeiro do Norte/CE, e lá chegando, foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.


    AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5

    A SOS DIREITOS HUMANOS inconformada com a decisão do magistrado da 16ª Vara de Juazeiro do Norte/CE, apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife, com os seguintes argumentos: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão, é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do Czar Romanov, que foi morta no ano de 1918 e encontrada nos anos de 1991 e 2007;


    DA DENÚNCIA DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE A OEA

    A SOS DIREITOS HUMANOS, a exemplo dos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, por violação dos direitos humanos perpetrado contra a comunidade do Sítio Caldeirão.


    PROJETO CORRENTE DO BEM

    A SOS DIREITOS HUMANOS pede que todo aquele que se solidarizar com esta luta que repasse esta notícia para o próximo internauta bem como, para seu representante na Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando dos mesmos um pronunciamento requerendo ao Governo Federal que informe a localização da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.


    PAZ E SOLIDARIEDADE,


    Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
    OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197 – 8719.8794
    Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
    www.sosdireitoshumanos.org.br
    sosdireitoshumanos@ig.com.br

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