sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Antes e Depois

Uma vez eu perguntei o que viria depois. Outra vez eu imaginei como é o "depois". Quase sempre, eu quero o depois, mas nunca o depois chega.

Passaram meses, semanas, dias e fins de semana com domingos tediosos, como sempre. Passaram alegrias e tormentos, passaram fôlegos e sufocos, como sempre. Mais uma vez, ainda não encontrei o depois, e nessa busca, caminhando sempre, cada vez mais pareço estar voltando para trás, refazendo percursos com cada vez mais bagagem nas costas.

Caminho de vida, aqui estou eu... de vai e volta constante, com mais peso na volta e mais fôlego na ida. Caminho agreste de clima abafado, seco, pra tornar a saga mais dramática, severina!

sábado, 19 de junho de 2010

Imaginations from the Other Side


d--b Blind Guardian

Esperando pelo outro lado do tempo. Passam borrões de um tempo sem sentido, passa, tempo... 



sábado, 15 de maio de 2010

Bansky. Break out!

domingo, 9 de maio de 2010

Que linhas?

Linhas essas, aqui, escondidas. Que sentindo têm as linhas que não se lêem? Pura expressão, puro esvaziamento? Lugar do desassossego, transfere das linhas para as linhas daqui, deposita blocos de divagações preocupadas, de esperanças proteladas, de ansiedades abafadas.

Confio ao blogue minhas linhas tortas, meus dias sem sonhos, minhas manias de esperar, de caminhar enquanto espero, de correr enquanto adormeço... viagens no tempo do incômodo, nas refeições inacabadas, nos começados mas não terminados, na espera por um tempo em que tudo será diferente, noutro lugar, noutro corpo transportado, dedicado a outra vida, a mais vida.

Corre tempo, pra eu poder parar. Corre pra eu poder viver, todos os dias, sem pensar no próximo, sem inventar linhas em que me encontrar, sem imaginar outros momentos que não os meus próprios...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Show your bones

Outro mês!

Mais primavera, ainda cheia de gotas pesadas, sol ensolarado, cheio de 21 graus, nem mais. Ainda menos, maioritariamente. Ficam assim os dias, passam em indecisão, em passagem contínua.

Get out, primavera, anda logo! Já vai passar, dar lugar ao verão, e se escondeu em cinza tímido por grande parte do tempo. Move, flui, passa, corre, derrama, desliza, evapora e grita em pequenas partes vespertinas, fracionadas. Eu ouço! Cheiro floral me puxa das divagações sem recheio, berram por atenção, "Não era isso que você queria?!". Mergulho em jasmins, me envolvo em doce cheiro, me levanto até a admiração, em pleno portão à beira da rua, ali mesmo. Sensações confortáveis predominam, menos alienação e mais entrega! Solta, evapora, dança e flui, tudo junto e sem mais ninguém.

Show your bones, too.


domingo, 11 de abril de 2010

Dreaming my Dreams

d--b The Cranberries

Mangas curtas, deitam na grama, contemplam a primavera, finalmente aqui. Chegou esbaforida, colorindo os dias às pressas, retomando trabalho atrasado, consolando os que esperamos, nostálgicos.

Olha pra frente, pra cima. Sente a brisa finalmente bem-vinda, só refresca, só lava o corpo dos pesados dias cinzas, de casacos e cachecóis, bonitos em seu tempo mas em tempo duradouro demais.

Faz planos e procura a vida, procura as paisagens em que pode sentí-la. Sabe que não são só de paisagens feitos os momentos, mas a primavera implora por glória. Termina a noite em sol escandaloso, domina o escuro com berros de vitória iluminados. É impossível não lhe fazer a vontade. Vivamos, em dias que se esforçam mais para durar mais...

domingo, 21 de março de 2010

Até Quando..?

O tempo só pode ser uma curva inconstante, espirais, círculos e borrões...

Alguns herdam cargos importantes, outros herdam lutas importantes, convencidos de que apenas têm de mantê-las, sem resultado à vista. Protestos a longo prazo: esses não conhecem uma vida satisfeita, não conhecem direitos respeitados, não conhecem justiça, não conhecem a paz.

Permanências são apenas a esperança, que sobrevive, resiste dia após dia, e a certeza de que alguém precisa ouví-los. Alguns ouvem e pouco podem fazer. Alguns ouvem e nada querem sacrificar. Alguns ouvem mas se convencem. Como, mais? Que instrumentos, mais? Que mensagens, mais? Mais quantos protestos, quantas tentativas? Onde é que isso acaba..? Que fim?